A Escola Municipal Professora Ivonete Maciel surgiu da vontade da filha do Sr. Odilon Maciel de Almeida, arquivista da Capitania dos Portos, e de D. Patrocina Vieira de Almeida, em ensinar a ler e escrever às crianças carentes do seu bairro. Ivonete Maciel era uma jovem com grande sensibilidade para ensinar por isso, pediu ao seu pai que lhe permitisse dar aulas a algumas crianças na sala de sua casa, situada à Rua Antônio Basílio, 1042, no bairro Dix-sept Rosado. O Sr. Odilon não só permitiu como também ajudou no ofício de ensinar. Assim, teve início, com muitas dificuldades a escolinha “Ivonete Maciel.” Passados 02 anos o número de alunos cresceu e não dava mais prá continuar na sala da casa de Ivonete. Havia então o Grupo Escolar Presidente Getúlio Vargas que não estava funcionando, o prédio encontrava-se fechado. Ivonete, seu pai e outras pessoas da comunidade conseguiram com a encarregada do Grupo a chave e a permissão para que a escola funcionasse ali, mas foi por pouco tempo. Foi então que o Sr. Odilon fundou a sociedade “Amigos do Bairro Dix-sept Rosado”, que rendeu fundos para construir o galpão num terreno doado por ele e que ficava ao lado de sua casa,à rua Amintas Barros, nº 1042. Uma dessas rendas foi através da Academia Potiguar de Lutas, que promoveu durante 06 meses o encontro de grandes lutadores vindo de outros estados e a renda era doada para a construção da escola. E assim a escolinha foi construída e as aulas voltaram a acontecer.
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D. Geralda, professora e amiga de Ivonete Maciel |
Maria Geralda da Silva, 62 anos, conta que veio do interior com seu pai e morou na casa do Sr. Odilon que era uma espécie de líder comunitário e muito querido no bairro.
A pedido de sua filha Ivonete Maciel ele permitiu que as crianças do bairro fossem alfabetizadas na sala de sua casa e Maria Geralda, ainda criança, também ajudava às outras crianças a “cobrirem o alfabeto”.
Em 1961 Ivonete e seu pai fundaram a escola 21 de maio com recursos adquiridos através de eventos realizados no bairro. A escola recebeu esse nome porque era a data de aniversário do Sr. Odilon. Era um galpão coberto de palha.
Na época o prefeito de Natal era Djalma Maranhão e Moacyr de Góes o secretário municipal de educação que definiu a cultura e a educação como a meta principal do seu governo. Começava então a Campanha de pé no chão também se aprende a ler, cujo objetivo era erradicar o analfabetismo em Natal.
A escola 21 de maio passou a ter assistência da prefeitura recebendo bancos escolares, material didático para os alunos, utensílios para servir a merenda fornecida pela UNICEF e os professores passaram a ganhar um pró labore, pois até então ensinavam pelo simples prazer de ensinar e cooperar na alfabetização das crianças.
Os professores eram leigos, mas recebiam treinamento da Secretaria de Educação do Município. Havia também os cursos profissionalizantes. Quem sabia algum ofício, corte e costura, bordado à mão, etc., era convidado a ensinar. Era o de pé no chão também se aprende uma profissão. Com a Revolução de 1964 e a repressão, Djalma Maranhão foi cassado e a escola era visitada frequentemente pela polícia e pelo exército que vasculhavam tudo, procurando armas, chegando até a cavar o seu terreno.
Em 1966, Ivonete Maciel morre prematuramente aos 22 anos de idade e a amiga, Maria Geralda, assume com 14 anos a sua sala de aula. A escola passa então a se chamar Ivonete Maciel. O Sr. Odilon mesmo com a idade avançada e a perda da filha e depois da sua esposa, continuou à frente da escola, mas como sendo uma escola conveniada, perdeu o convênio e os benefícios como professores e merenda escolar foram cortados. Os alunos começaram a sair e consequentemente a escola fechou. Hoje funciona no local a Igreja Evangélica Ebenézer.
Depoimento de
Leide Rodrigues dos Santos, 66 anos, conta que trabalhou em 1965 como professora leiga juntamente com Ivonete Maciel na escola 21 de Maio situada à rua Antonio Basílio nº 1042 no prédio onde funcionava a associação “Amigos do bairro Dix-sept Rosado”. Segundo ela, a escola era mantida pela município. Funcionava os dois expedientes atendendo alunos do então Ensino Primário. O pai de Ivonete, o Sr. Odilon era o presidente da Associação. Depois que Ivonete morreu, a associação foi extinta.
PAIS DE IVONETE MACIEL
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Local onde funcionou a 1ª escola |
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Local onde morou Ivonete Maciel |
É com satisfação que relato um pouco da minha história com esta família querida o sr.Odilon e sra.Patrocinia.
A escola tinha uma amplificadora tipo rádio comunitária eu tive a oportunidade de ser locutor daquele serviço de som que transmitia programas através de uma boca de ferro montado em um poste.
Tinha o programa clube da criança aos domingos pela manhã transmitido pela intista rádio poste.tinha várias apresentações de calouro,grupos musicais e conjuntos.
Também tinha cima todo sábado e festas baile nos anos setentas.
Gostaria muito de rever seu filho Roberto e esposa Tereza nossos amigos!
Boas recordações!!!
Olá, boa tarde!
Sou casada com o neto de seu Odilon e sobrinho da Ivonete.
A minha sogra Teresa e Seu esposo Roberto Maciel(irmão de Ivonete), estão bem, e ficaram imensamente felizes ao descobrirem tamanha homenagem aos seus.